Arquitetura
O Centro de Artes de Sines é um projeto de Francisco e Manuel Mateus que tomou como ideia estruturante a criação de um edifício de exceção que agregasse várias funções, servisse todas as camadas da população e funcionasse ao mesmo tempo como parte da cidade e porta do centro histórico.
Localização: entre a cidade nova e a cidade antiga
O Centro de Artes localiza-se no espaço anteriormente ocupado pelo Cineteatro Vasco da Gama e pelo Teatro do Mar, entre outras estruturas. É um lugar central, de grande acessibilidade e cruzamento entre todos os estratos da população local e visitante. Coincide também com o início do caminho medieval que abre a cidade à baía (Rua Cândido dos Reis) e a via de delimitação entre a cidade histórica e a cidade moderna (Rua Marquês de Pombal). Essa circunstância foi integrada pela Câmara Municipal e pelo Atelier Aires Mateus & Associados no programa do equipamento, acrescentando-lhe o papel de dinamizador e modelo de qualidade para o centro histórico.
Arquitetura: robustez e transparência
Ocupando com construção toda a área disponível do lote, a arquitetura do edifício assume uma dimensão monumental (os novos monumentos das cidades são os seus centros culturais). A escala escolhida é a do centro histórico e o jogo de transparências e opacidades sugere a combinação de aberturas e seteiras das muralhas do Castelo. Na Rua Marquês de Pombal, o edifício apresenta-se como uma fachada de pedra (lioz) muito robusta, mas ao iniciar-se o percurso pela Rua Cândido dos Reis, o volume ilumina-se pelas fachadas envidraçadas. Com estas fachadas garante-se a permeabilidade entre as atividades culturais do interior e a vida quotidiana do exterior. No interior, a luz natural reflete-se no mármore branco liso dos tetos e paredes, envolvendo o utente num mundo de espacialidade pura.
Serviços: vantagens da integração
A integração da biblioteca, auditório, centro de exposições e arquivo municipal num único edifício apresenta várias vantagens. A vantagem económica prende-se com a possibilidade dos espaços poderem ser utilizados para várias funções (o auditório pode, por exemplo, apoiar lançamentos de livros organizados pela biblioteca ou conferências de artistas que expõem no centro de exposições). A concentração também simplifica a exploração, otimizando os recursos e o trabalho dos funcionários. A terceira vantagem é o facto de tornar o edifício mais vivido, porque junta um maior número de pessoas, de interesses e gerações diferentes, e reforça o uso de umas atividades pela utilização das outras (é fácil para quem vai à biblioteca aproveitar para ver o que está patente no centro de exposições, por exemplo).
Arquitetura e programação
O projeto cultural e artístico para o Centro de Artes resulta de um compromisso entre as dinâmicas colocadas pelo seu próprio projeto arquitetónico e o desenvolvimento de linhas de programação centradas na intervenção e experimentação artística do mundo contemporâneo.
Pontuada de descontinuidades formais e geradora de tensões, esta arquitetura permite que o utilizador seja o principal beneficiado: no apelo sensorial dos materiais e da volumetria, na experiência única do espaço (ora lúdica, ora reflexiva), na experiência contemporânea de um edifício de exceção, na integração de várias dimensões do conhecimento e da criação humanas.
Áreas
- Lote: 2500 m2 de superfície
- Total do edifício: 13 209,66m2 (bruta) / 8065,25m2 (útil)
- Arquivo: 1895,34 m2 (bruta) / 993,19 m2 (útil) / 14,35% do edifício
- Auditório: 3209,63 m2 (bruta) / 1667,21 m2 (útil) / Palco – 120,76 m2 (área útil) / 24,30% do edifício
- Biblioteca: 3029,23 m2 (bruta) / 1934,12 m2 (útil) / 22,93% do edifício
- Centro de Exposições: 1585,25 m2 (bruta) / 538,14 m2 (útil) / 12% do edifício