Sítios arqueológicos
Fábricas Romanas
As fábricas romanas localizadas junto à muralha nascente do Castelo de Sines são estruturas do século I d.C., descobertas em 1990 e escavadas em duas campanhas, nos anos seguintes. Deste 2021, encontram-se musealizadas com uma solução arquitetónica que, ao mesmo tempo que garante a salvaguarda destas fábricas de preparados piscícolas da época romana, facilita a visita e comunica a sua história, recriando a volumetria da fábrica original e evocando os recursos marinhos que aqui eram preparados. Ver página das Fábricas Romanas
Sítio arqueológico da Palmeirinha
Situado numa área plana e arenosa da encosta sul dos Chãos, este sítio arqueológico apresenta dois níveis de ocupação: o mais antigo, do Neolítico médio, com estruturas de habitat bem conservadas, e o mais recente, da Idade do Bronze, com estruturas muito destruídas pelos trabalhos agrícolas.
A ocupação Neolítica, de curta duração, deixou estruturas de caráter habitacional, sobretudo lareiras do tipo “empedrado”, numerosos artefactos de pedra lascada, raros instrumentos de pedra polida e recipientes de cerâmica. Corresponde a um grupo humano que praticava a agricultura, a criação de gado, a caça e, dada a proximidade do mar, a exploração dos recursos marinhos.
Os vestígios da ocupação da Idade do Bronze, constituídos essencialmente por cerâmica doméstica, integravam a camada superficial, muito afetada pelas lavouras recentes. Essa camada separava-se da Neolítica, mais profunda, por camada de abandono.
Sítio arqueológico da Quitéria
Necrópole da Idade do Bronze situada no sopé da encosta sul de Monte Chãos, composta por sepulturas de planta retangular, do tipo cista, formadas na sua maioria por quatro esteios de xisto, cobertas por tampa monolítica, em cujo interior era colocado normalmente um objeto, quase sempre um vaso de cerâmica.
Os diversos recintos tumulares confinavam entre si, contribuindo para dar ao recinto sepulcral o aspeto de um favo. Esta organização tem sido interpretada como reflexo de uma sociedade que, embora já fortemente hierarquizada, guardava ainda uma estrutura em grande parte assente nas relações de parentesco.
Sondagens realizadas nas proximidades mostraram que a respetiva zona habitacional se situava a poucos metros das sepulturas, ocupando uma zona plana e aberta, sem condições naturais de defesa.
Este povoado deveria ser constituído por cabanas de materiais perecíveis. No entanto, apesar do pouco que sabemos sobre esta área, verifica-se uma significativa mudança em relação ao período anterior, o Calcolítico ou Idade do Cobre, pois os espaços residencial e funerário coexistem lado a lado, assim desaparecendo a preocupação de separar o mundo dos mortos do mundo dos vivos.
Marco de S. Torpes
Junto à foz da ribeira da Junqueira, situa-se a base de um cruzeiro, em cantaria, que assinala o local onde foram encontradas as supostas relíquias de São Torpes, em 1591. Por ordem do Arcebispo de Évora procederam-se a escavações no local, descritas minuciosamente em ata, tendo surgido vestígios de uma anta com diversas ossadas acompanhadas de peças de cerâmica e de um ídolo placa, cujo paradeiro hoje de desconhece, mas das quais nos chegaram diversas descrições e desenhos. Levadas para a Igreja Matriz, depois de reconhecidas oficialmente como relíquias do santo, foram depositadas na capela do Corpo Santo, enquanto dois dos esteios de pedra foram colocados a ladear a porta do templo. Hoje, no local, apenas resta a base do cruzeiro com a inscrição: “O S. r S. Torpes / Este calvario mandou fazer e assentar o Capitão Alexandre de Campos Brº / anno de 1783”.
Escavações efetuadas no local por J. G. da Cruz e Silva revelaram um arqueossítio ocupando uma pequena elevação nas proximidades, junto da praia, que parece corresponder a um povoado, provavelmente do Neolítico Final, hoje desaparecido.
Sítio arqueológico do Pessegueiro (“Cemitério dos Mouros”)
Este sítio arqueológico situa-se junto à estrada de acesso à Ilha do Pessegueiro. Trata-se de um povoado de ar livre rodeado por monumentos funerários constituídos por sepulturas de tipo cista, da Idade do Bronze, cronologicamente compreendidos entre 1 500 e 1 200 a. C.
Esta ocupação integra um sistema de povoamento regional, hierarquizado e socialmente diferenciado, correspondente a fase avançada do processo que conduziu ao aparecimento das primeiras sociedades estatais.
O tipo de sepultura e povoamento apresenta grande semelhança com os da Quitéria. No entanto, neste local a área habitacional é mais bem conhecida por ter sido extensamente escavada. Os trabalhos desenvolvidos no Pessegueiro a partir de 1975 puseram a descoberto um maior número de vestígios do Bronze do Sudoeste e permitiram conhecer como se organizavam e relacionavam os diversos monumentos sepulcrais e o núcleo habitacional.
O povoado e a necrópole distribuíam-se por uma superfície de 60 000 m2, no mínimo, limitada a norte e a sul por duas linhas de água; é provável que todo este conjunto se estendesse até à praia. Não obstante as destruições provocadas pela lavoura, foi ainda possível pôr a descoberto algumas estruturas de habitat: lareiras, buracos de poste e pavimentos lajeados.
Sítio arqueológico da Ilha do Pessegueiro
Situada 15km a sul de Sines e apenas a 250m da costa, esta ilha de arenito dunar conserva alguns vestígios da Idade do Ferro, predominando no entanto as estruturas da época romana imperial, datadas do séc. I ao séc. IV.
Para além de vestígios de habitações e armazéns, são visíveis diversas fábricas de conservas piscícolas.
No séc. IV é edificado um balneário de pequenas dimensões, que funcionou até finais do séc. IV ou inícios do séc. V ainda como parte da estrutura do hipocausto.
A ocupação humana da ilha deveu-se às boas condições para fundear embarcações no canal entre a ilha e terra. Baseou-se na pesca, na indústria de conserva desse pescado e sua comercialização, bem como na exportação do minério proveniente principalmente da Serra do Cercal e no comércio marítimo, parecendo ter constituído um importante entreposto comercial, como atesta a diversidade de origens dos materiais cerâmicos nela encontrados.
Merecem igualmente referência as ruínas do forte que coroa a ilha, cuja construção se iniciou em 1588, segundo projeto de Filipe Terzi. Este forte foi construído para proteção de um porto artificial que a administração filipina planeou edificar, unindo a ilha a terra com um pontão construído com grandes blocos de pedra. Deste pontão não restam vestígios devido à destruição provocada pela força do mar, apenas ficando a pedreira rasgada na parte norte da ilha, onde ainda são visíveis alguns blocos não utilizados.
Em terra permanece um outro forte (Forte do Pessegueiro) edificado na mesma época.
Visitas guiadas
Atualmente indisponíveis.