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Conheça as primeiras confirmações do FMM 2023

14 de Abril de 2023

As primeiras 16 confirmações do programa da 23.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que se realiza de 22 a 29 de julho de 2023 em Porto Covo e Sines, combinam artistas consagrados com artistas que estão a conquistar o seu espaço na música global. 

Entre os artistas com méritos universalmente reconhecidos está a banda Tinariwen. Principais embaixadores da música tuaregue, estiveram pela primeira vez em Sines em 2010 e voltam treze anos depois com um novo álbum, "Amatssou", onde vão ao encontro da música da América rural. Os blues do Sahara abraçam a country de Nashville.

Outro grupo com lugar marcado no FMM Sines 2023 é o coletivo jamaicano Inna de Yard, que reúne lendas do reggae com músicos da nova geração. Nascido no seio da editora francesa Makasound, junta quatro cantores principais - Ken Boothe, Cedric Myton, Winston McAnuff e Kiddus -, o trio The Viceroys e talentos jovens.  

Os britânicos The Selecter também trazem Jamaica dentro. Estiveram na vanguarda do movimento "two-tone" e, mais de 40 anos depois da sua estreia, apresentam-se em Sines com um novo álbum, "Human Algebra", o 16.º da sua carreira. Os membros originais Pauline Black e Arthur "Gaps" Hendrickson, na voz, e Charley 'Aitch' Bembridge, na bateria, comandam a formação que virá ao FMM.

O encontro entre Maria João & Carlos Bica no FMM Sines, que esteve marcado para a edição cancelada de 2020, acontece em 2023. Duas figuras maiores do jazz português e europeu, ela na voz, ele no contrabaixo, chegam acompanhados por João Farinha, no piano e sintetizadores, e por André Santos, na guitarra.

Uma estreia há muito esperada no FMM concretiza-se finalmente este ano, a vinda a Sines de uma das maiores artistas da América Latina, a mexicana Lila Downs. Vencedora de seis Grammy Latinos e de um Grammy, faz confluir na sua voz distintiva géneros tão diversos como as rancheras e os corridos mexicanos, boleros, jazz, hip-hop ou cumbias. É considerada uma digna sucessora de Chavela Vargas.

Outra estreia ansiada no FMM que se realiza este ano é a da cantautora Nneka. Com raízes no sul da Nigéria, iniciou-se na música em Hamburgo, Alemanha, país da sua mãe. Fortemente influenciada pelo R&B, pelo soul, pelo hip-hop, pelo reggae e pelo afrobeat, tem sete álbuns lançados, o último dos quais "Love Supreme", lançado em 2022.

Também a portuguesa Carminho ainda não tinha vindo ao FMM Sines e vai fazê-lo pela primeira vez este ano, com o seu sexto álbum, "Portuguesa", onde assumiu a produção e a composição de fados originais. Sines encontra-se com Carminho numa fase em que continua a aprofundar o seu pensamento sobre o fado, explorando várias combinações dentro dos cânones.

A brasileira Céu não é uma estreante em Sines - já cá esteve em 2010 -, mas apresenta-se também com o novo álbum, o sexto, intitulado "Um Gosto de Sol", o primeiro em que se coloca apenas como intérprete, dando voz a uma dúzia de canções escritas por outros autores. Um álbum concebido durante a pandemia, onde mergulha nas suas memórias e nas músicas que a formaram.

Cimafunk, outro artista confirmado no FMM Sines 2023, é uma estrela da música afrocubana, tendo sido nomeado, com o álbum "El Alimento", para os Grammy 2023, na categoria de melhor álbum de rock latino ou alternativo. O seu nome faz referência à sua herança como cimarrón – os escravos de origem africana que escaparam à escravidão -, e à sua música, que mescla ritmos cubanos com funk, afrobeat e hip hop.

Neste grupo de artistas que, embora ainda jovens, já têm uma carreira consolidada, temos também o espanhol Rodrigo Cuevas. Nesta passagem pelo FMM Sines, apresentará as canções do seu novo álbum, onde continuará a mostrar uma visão musical singular e moderna, que casa elementos do flamenco e de outros folclores espanhóis com elementos contemporâneos.

Entre os artistas mais novos, temos a segunda mexicana deste lote de confirmações, Silvana Estrada, que vem ao FMM Sines com o Grammy Latino 2022 para Artista Revelação, ex-aequo com Ángela Álvarez. "Marchita", o seu álbum de estreia, lançado no ano passado, situam-na em terrenos de pop independente com marcas das tradições das suas origens e também do jazz que estudou.

Sophie Fustec, que desde meados dos anos 2010 assumiu a identidade LA CHICA, tem também raízes latino-americanas - na Venezuela -, integradas com o espírito multicultural do bairro parisiense onde cresceu, Belleville. Em redor de um piano ou de um teclado, cria música com ecos tão diversos como Radiohead, Juana Molina ou Claude Debussy.

Os brasileiros Gilsons estarão igualmente no FMM Sines em 2023. Este trio brasileiro formado por José, Francisco e João Gil (filho e netos de Gilberto Gil) incorpora elementos de pop rock, samba, reggae, ritmos baianos e MPB. Trazem consigo o álbum de estreia, "Pra Gente Acordar", nomeado para o Grammy Latino de melhor álbum pop contemporâneo em língua portuguesa.

Da África Ocidental, chega uma das novas estrelas da música do Mali, Rokia Koné, que lançou em 2022 ou seu álbum de estreia, "BAMANAN". Nessa que é, para já, a sua principal carta de apresentação ao mundo, Rokia presta tributo ao povo Bambara, à sua língua, cultura e tradições, nomeadamente, a herança dos griots. Estará no FMM Sines com a sua banda.

Também da África Ocidental, vem mais um artista que mundo começa a conhecer agora, o senegalês Lass. O seu primeiro álbum, "Bumayé", lançado em 2022, lembra as dificuldades que passou no seu país e depois na França para onde emigrou. Do mbalax às melodias afrocubanas que marcaram à sua infância, passando pelas batidas contemporâneas, um disco que promete um grande concerto em Sines.

Terminamos no norte de África, com Bab L'Bluz, banda franco-marroquina criada em Marraquexe em 2018 e já com um prémio importante no palmarés, o Songlines Music Award 2021 na categoria Fusão, não fosse a sua música uma mistura de influências, que vão do gnawa ao rock psicadélico dos anos 1970 e 1980.

Foto do topo: Tinariwen (c) Marie Planeille