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Politécnico de Setúbal cria escola superior em Sines

28 de Julho de 2021

A Câmara Municipal de Sines e o Instituto Politécnico de Setúbal assinaram, no passado dia 26 de julho, nos Paços do Concelho, um protocolo de colaboração com vista à instalação de uma nova escola superior na cidade de Sines.

A criação da escola superior visa dar resposta, ao nível dos recursos humanos, ao ciclo de investimentos em curso no concelho, em setores que vão do digital ao portuário, das energias limpas ao turismo e à indústria.

“Encontrar esta parceria com o Instituto Politécnico de Setúbal foi algo que desenvolvemos ao longo de muitos meses”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, no final do ato de assinatura do protocolo. “É um projeto que permite ter uma visão do que pode ser o futuro da região, apostando na formação, na qualificação ao longo da vida, que é um aspeto importante, e não apenas dos jovens. É um projeto que pensamos ser absolutamente essencial para o futuro de Sines e que espero sinceramente ver concretizado a curto prazo”.

De acordo com o protocolo assinado, o município será responsável por encontrar uma localização onde a escola será instalada e fica responsável pela elaboração dos projetos necessários à sua construção, nomeadamente, arquitetura e especialidades. A possível localização será na zona sul-nascente da cidade, numa zona estratégica, entre a Escola Secundária Poeta Al Berto, a Piscina Municipal e a ZIL II, a poucos minutos do Porto de Sines e da Zona Industrial e Logística de Sines.

Por sua vez, o Instituto Politécnico de Setúbal vai identificar as áreas prioritárias de formação a oferecer na nova escola superior, ao nível de licenciaturas, mestrados, pós-graduações e Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP). Entre outras incumbências, o Politécnico de Setúbal fica também o responsável pelo equipamento da escola, recursos humanos (docentes e não docentes), manutenção do edifício e promoção da escola para atração de estudantes.

As duas entidades, de modo articulado, adotarão as diligências necessárias com vista à obtenção de financiamentos comunitários e nacionais. Comprometem-se também a procurar soluções para disponibilizar residência a estudantes oriundos de outros pontos do País.

Sinalizando a importância da assinatura deste protocolo, o governo fez-se representar no ato pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e pelo secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel.

Para o ministro Manuel Heitor, em Sines havia “um défice” de oferta de ensino superior, e “a expansão industrial, mas também a transição ecológica obviamente requerem mais competências”, que esta escola vai ajudar a criar.

A ministra da Coesão Territorial classificou esta escola como “um projeto de desenvolvimento regional”, que se pretende que venha a dar um contributo para “diversificação do tecido económico de Sines” e para “tornar as empresas mais inovadoras”.

Ana Abrunhosa referiu igualmente que, em termos de financiamento, este projeto tem enquadramento no Portugal 2030, mas também no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos, destacou o facto de, neste momento, haver apenas uma NUT III, o Alentejo Litoral, sem um estabelecimento de ensino superior. O projeto de escola superior que o instituto entendeu “co-construir” com o Município de Sines tem como objetivo servir toda a sub-região e responder ao seu “padrão de especialização económica”.

Com efeito, referiu Pedro Dominguinhos, a escola superior deverá ter cursos nas áreas da informática, da cibersegurança, da cloud, mas também nas áreas da robótica e da mecatrónica, da energia, da sustentabilidade, do turismo, do bem-estar e, eventualmente, da saúde. Também haverá oferta de cursos em áreas transversais como a gestão e a logística.

Além da formação inicial, em licenciaturas, o projeto vai apostar na formação ao longo da vida, quer ao nível de pós-graduações, de mestrados, mas também de formações curtas, especializadas, que permitam capacitar a população ativa que trabalha nas empresas da região.

A ambição, de acordo com o presidente do Politécnico, é chegar aos 1000 estudantes, “em velocidade de cruzeiro”.

O avanço do projeto não vai, no entanto, esperar pela construção do edifício, que só deverá estar pronto daqui a dois ou três anos. É objetivo do Politécnico avançar com os primeiros cursos já no próximo ano letivo, em conjunto com parceiros como o Sines Tecnopolo e a Escola Tecnológica do Litoral Alentejano.