Polo museológico das Fábricas Romanas inaugurado

A Câmara Municipal de Sines inaugurou ontem, no âmbito das comemorações do 24.º aniversário da elevação da vila de Sines a cidade, o projeto de recuperação e musealização das Fábricas Romanas, localizadas junto à muralha nascente do Castelo de Sines. 

As Fábricas Romanas são estruturas do século I d.C., descobertas em 1990 e escavadas em duas campanhas, nos anos seguintes. Devido à sua rápida degradação ao ficarem expostas, foram novamente enterradas com o acordo da tutela, até que se conseguisse financiamento para um projeto maduramente desenvolvido. 

A intervenção agora inaugurada apresenta uma solução arquitetónica que, ao mesmo tempo que garante a salvaguarda destas fábricas de preparados piscícolas da época romana, facilita a visita e comunica a sua história, recriando a volumetria da fábrica original e evocando os recursos marinhos que aqui eram preparados.   

Para além do interesse histórico e cultural que este estabelecimento possui, e de que a sua recuperação garante a salvaguarda, através da sua musealização pretende-se atrair um público mais vasto para a visita ao património local. A localização das Fábricas Romanas numa área aberta, junto de um dos mais importantes acessos à praia, promove o acesso a públicos que de outra forma não entrariam num museu convencional. 

Na inauguração deste novo polo museológico, o presidente da Câmara, Nuno Mascarenhas, sublinhou o facto que o mesmo se enquadrar numa visão integrada da revitalização do património histórico da cidade, de que também fazem parte a criação da Casa-Forte do Museu de Sines (concluída) e as operações do Centro Recreativo Sineense (em execução), do Observatório do Mar / Antigos Armazéns da Ribeira (em execução) e do Parque Arqueológico Subaquático (em execução). 

O secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, que representou o Governo nas comemorações da elevação de Sines a cidade, sublinhou o caráter diferenciador deste polo, um dos primeiros vestígios da atividade industrial em Sines ligada ao mar, considerando que é o que torna os territórios diferentes uns dos outros que mais pode contribuir para a sua atratividade. 

O presidente da CCDR Alentejo, António Ceia da Silva, situou este investimento numa estratégia mais alargada de valorização de território, sendo o desenvolvimento cultural um dos fatores determinantes para a fixação dos jovens, como são também as acessibilidades, as infraestruturas de saúde, a qualificação urbana e a habitação. 

A diretora regional de Cultural do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, felicitou a Câmara Municipal de Sines pelo seu trabalho nos setores da cultura, do património e do turismo, e, sobretudo, pela forma integrada como o tem feito. 

As Fábricas Romanas podem ser visitadas 24 horas por dia, uma vez que o seu interior é integralmente visível a partir das vidraças que protegem a estrutura com quase 2000 anos. Para grupos e escolas, o Museu de Sines realiza visitas guiadas. 

A operação "Recuperação e Musealização das Fábricas Romanas de Sines" teve um custo total elegível de 194 571,68 €, cofinanciado à taxa de 85% no âmbito do programa operacional Alentejo 2020 / Portugal 2020, com fundos FEDER / União Europeia, o que se traduziu numa contribuição comunitária de 165 385,94 €.