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Sines é destino de mega-investimento tecnológico

23 de Abril de 2021

O primeiro-ministro António Costa esteve hoje no Centro de Artes de Sines para encerrar a sessão de apresentação do projeto Sines 4.0©, um investimento de até 3,5 mil milhões de euros com que investidores euro-americanos pretendem colocar Portugal no mapa dos megacentros de dados internacionais.

Na sessão foi assinado o contrato de direito de superfície para reserva dos terrenos da zona industrial de Sines, entre a aicep Global Parques e os promotores da start campus, empresa detida pelos norte-americanos da Davidson Kempner Capital Management LP (Davidson Kempner) e pelos britânicos da Pioneer Point Partners.

A concretizar-se de acordo com as intenções dos promotores, este será um dos maiores investimentos privados realizados em Portugal nas últimas décadas, podendo criar cerca de mil postos de trabalho diretos altamente qualificados até 2025.  

Segundo informações da start campus, a construção deverá começar no próximo ano e espera-se que 900 pessoas estejam envolvidas na primeira fase. A inauguração do primeiro edifício está prevista para o final de 2023. Durante a construção, a força de trabalho poderá chegar a 2700 pessoas.

Na comunicação distribuída pelo promotor, o Sines 4.0© é apresentado como "um dos maiores campus de centros de dados da Europa", procurando responder à "crescente procura de grandes empresas internacionais de tecnologia fornecedoras de serviços de streaming, social media, eCommerce, gaming, educação online, videoconferência, cloud computing e outros [tipos] de processamento e armazenagem de dados e de aplicações empresariais".

Está prevista a construção de cinco edifícios com capacidade de fornecimento de 450 MW de energia aos servidores. A localização do Sines 4.0© são terrenos contíguos à Central Termoelétrica da EDP, beneficiando das vantagens dessa localização, como sistemas de refrigeração com água do mar, acesso à rede elétrica de alta tensão e conectividade através da ligação de cabos de fibra ótica internacionais, entre eles, o cabo da EllaLink (Europa - América do Sul), ancorado recentemente em Sines.

Outras vantagens de Sines para tornar este projeto competitivo são "o fácil acesso a energia verde competitiva, incluindo solar, eólica e (no futuro) de hidrogénio", a disponibilidade e área para crescer e uma topografia marinha muito favorável à amarração de novos cabos submarinos.

É objetivo da empresa que o projeto tenha uma pegada de carbono líquida zero.

Desde março de 2021, o Sines 4.0© detém a classificação de Potencial Interesse Nacional (PIN), beneficiando das vantagens que esse estatuto garante na aceleração do projeto.

Imagem virtual Sines 4.0(c)

“Um projeto de enorme relevância para o futuro de Sines”

Na sessão de apresentação do Sines 4.0©, o primeiro-ministro, António Costa, considerou este investimento "simbólico" porque articula a transição digital e a transição energética, contribuindo para que Portugal possa ambicionar estar na liderança de ambas as transições.

Confiante de que outros investimentos deste tipo se seguirão, tendo em conta as vantagens competitivas de Sines para a localização de cabos submarinos e para a produção de energia verde, António Costa disse que Sines tem tudo para ser "um dos grandes centros do desenvolvimento económico do País no próximo século".

Antes, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, referiu-se a este projeto como um exemplo de um projeto que pode criar emprego à altura das qualificações dos jovens portugueses e sublinhou que, da parte dos promotores, apenas se pede a Portugal capacidade de mobilização para assegurar que as decisões públicas e privadas acontecem depressa.

O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, disse que "este é indiscutivelmente um projeto de enorme relevância para o futuro de Sines", importante "não apenas pela sua dimensão, mas sobretudo pela inovação que vai incorporar".

"Quando iniciámos as primeiras conversações sobre o desenvolvimento de uma nova área de negócios em Sines, na sequência da instalação em Sines do primeiro cabo submarino de comunicações que liga diretamente o Brasil à Europa, tínhamos uma forte expectativa em relação à fixação no Concelho de investimentos na área tecnológica. Mas estávamos longe de imaginar que esses projetos começariam a procurar o território quase de imediato", referiu o presidente da Câmara.

Para o parceiro fundador da Pioneer Point Partners e porta-voz da start campus, Sam Abboud, a "disponibilidade de energia verde local a preços competitivos, combinada com a proximidade geográfica a três continentes com ligação rápida através de novos cabos submarinos de alta velocidade, fazem de Sines um local ideal que projeta Portugal na próxima etapa do tráfego internacional de dados e de data centres".

Afonso Salema, managing director da start campus, mostrou-se "entusiasmado" com os novos postos de trabalho e com o "impacto benéfico" que o projeto deve ter na comunidade local, situando o projeto no cruzamento de duas tendências: a descontinuação das energias fósseis e o crescimento dos centros de dados.

Nuno Mascarenhas

Pedro Siza Vieira

Sam Abboud

Afonso Salema

Assinatura do contrato de direito de superfície