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Teatro do Mar e Município apresentam M.A.R.Out

09 de Setembro de 2020

O Teatro do Mar, em coprodução com a Câmara Municipal de Sines, promove em setembro a iniciativa M.A.R.Out, que vem na sequência da impossibilidade de ser realizada a 4.ª edição da M.A.R. - Mostra de Artes de Rua 2020. 

Embora não invocando públicos presenciais, a M.A.R.Out prossegue, de algum modo, os objetivos artísticos da mostra.  Define-se como "escrita poética na paisagem, um encontro do território e da cultura com as artes de rua, a música e o vídeo".

A M.A.R.Out é criada propositadamente para ser filmada, editada e estreada online. A partir de uma proposta da direção artística da M.A.R., foram desafiados artistas nacionais a criar para a rua, cruzando as suas performances com o olhar de um realizador e a música de vários compositores.

Fundindo as artes de rua (no caso, a dança, o clown, a performance e o circo/manipulação de objetos) com a música original, são produzidos quatro vídeos artísticos, de caráter poético, inspirados pelas ruas, paisagem, indústria, cultura e história da cidade, tendo convidado, para cada um dos quatro distintos objetos artísticos, um intérprete/criador e um músico compositor.   

Os vídeos passarão nos dias 6, 13, 20 e 27 de setembro, às 22h00, nas plataformas do Facebook da M.A.R., Teatro do Mar e Câmara Municipal de Sines. Serão, em fase posterior à sua estreia online, reunidos num filme único, a apresentar publicamente em locais a anunciar.

O projeto tem direção artística de Julieta Aurora Santos / M.A.R., realização de André Costa Santos e assistência de realização de Mariana Machado. Os intérpretes / criadores são Rui Paixão, Carlos Hernâni Campos, André de Campos e Beatriz Dias. Os músicos convidados são, na mesma ordem, Surma, Miguel Ramires, Diogo Melo e Tiago Inuit. Entram excertos de textos de Al Berto, Pica Lima e Mariana Machado.

Créditos

Direção Artística: Julieta Aurora Santos/M.A.R. – Mostra de Artes de Rua
Realização: André Costa Santos | Assistência de realização: Mariana Machado
Intérpretes/Criadores: Rui Paixão, Carlos Campos, André de Campos e Beatriz Dias
Músicos: Surma, Miguel Ramires, Diogo Melo, Tiago Inuit
Textos: (excertos) de Pica Lima, Al Berto, Mariana Machado
Direção Financeira e Gestão: Sónia Custódio
Direção de Produção: Frederico Salvador
Produção Executiva: Roberta Marques
Apoio Técnico e Logístico: Teatro do Mar


VÍDEO I, INDÚSTRIA | 6 DE SETEMBRO (VER FILME)
  • Rui Paixão
  • Surma (c) Rita Carmo

Artista: Rui Paixão (Clown, Performer)

Música: Surma

Sinopse: A paisagem e espaços industriais da cidade são o enquadramento do artista Rui Paixão, clown e performer, e da música etérea de Surma. No ambiente inóspito, impessoal, frio e metálico da paisagem industrial, em contraste com a poesia da sua personagem, o artista pretende debruçar-se sobre a ideia de um universo onde o físico se deteve, um não lugar onde o tempo se suspende, cenário erguido na paisagem natural, memória da obra do homem, como ferrugem que corrompe e transforma o coração da terra. Potente criador de imagens, o artista explorará questões ligadas à solidão e à busca de um sentido para a existência, num registo poético e absurdo, intimamente ligado ao imaginário do clown e a uma forte e singular expressão física, caraterística deste artista.

RUI PAIXÃO

Formou-se em Teatro na Academia Contemporânea do Espetáculo (Porto). 2017 marca o ano em que apresentou pela primeira vez “Godot” e “Samsara”, recebendo o prémio “Best Outdoor Show 2017” na Feria de Teatro de Castilla e León. Explora novas possibilidades para o “New Clown” e alicerça a sua investigação na criação artística para a rua. Em 2019 juntou-se ao Cirque du Soleil, tornando-se o primeiro português a integrar a companhia como criador original.

SURMA

Nasceu e cresceu na pequena aldeia de Vale Do Horto, onde começou, desde cedo, várias aventuras com projetos musicais. Em 2015 começou o seu projeto a solo, a que chamou Surma. Pelo meio frequentou o curso de Jazz no Hot Club, com especialidade em contrabaixo e voz e aventurou-se em pós-produção audiovisual. Tem colaborado também com músicos tão distintos como Tiago Bettencourt, Tomara, Miguel Ângelo, Gobi Bear, Captain Boy, Prana e Jerónimo.


VÍDEO II, PAISAGEM | 13 DE SETEMBRO (VER FILME)
  • Carlos Campos
  • Miguel Ramires
  • Pica Lima

Artista: Carlos Hernâni Campos, Teatro do Mar (Artista de Circo, Performer)

Música: Miguel Ramires

Texto: Picalima

Sinopse: Carlos Campos (Teatro do Mar) terá como cenário a paisagem natural. Fará uso das linguagens do corpo, instrumentos circenses não convencionais e manipulação de objetos criados a partir de lixo urbano e marítimo, que coloca em contraponto com a beleza da natureza. Criando num registo poético, este artista, oriundo do circo e multifacetado nas suas abordagens, desenvolve uma interpretação que apela a uma consciência ecológica e de preservação do planeta. Um corpo terra que procura sobreviver a uma inevitável transformação com a excessiva produção humana, que aniquila a respiração do mar e a vida dos pássaros. Acompanha-o a música do Miguel Ramires e a poesia do Pica Lima. 

CARLOS CAMPOS

Completou o Curso de Artes do Espetáculo, Chapitô. Frequentou a Escola de Circo Carampa em Madrid. É especializado em acrobacia aérea (corda vertical). Trabalhou como ator e técnico para a Companhia de Teatro de Almada. Tem algumas incursões pelo cinema, como ator secundário. É responsável pela formação e treino acrobático do coletivo. Desde 2004, faz parte do elenco residente, onde, além de ator e performer, é formador na área de circo, no Serviço Educativo da Companhia.

MIGUEL RAMIRES

Completou o 4.º ano do Conservatório Clássico de Setúbal em Piano e formação musical aos 13 anos. Frequentou 1 ano de jazz piano na Escola de Artes de Sines. É DJ. Editou o álbum INTIMIST e foi Keyboards and Synthesizer player / Multi-instrumentalist no projeto KOMRAUS - trip-hop music (UK). Foi music composer and audio producer para a Oook Audio Lda. Fez Live sound designer and audio producer no Victoria and Albert Museum na performance de Silvia Weidenbach “Unboxing Metis”. Assinou ainda as bandas sonoras do short-film “Apenas Um Homem”, de Estúdios Fernandes, e da performance de Patricia Andrade e Eduardo Moreira, “Spit For Speech”, no Ministerium Club.

PICALIMA

Nasceu há 50 anos em Estremoz, uma pequena cidade do Alentejo onde a criatividade é o melhor remédio para o ócio, e aí iniciou o seu percurso “renascentista”: foi Dj, radialista, concertista, ativista associativo, decorador de interiores, editor, poeta de rua, patinador russo e limpa chaminés do Inferno.

Integrou o grupo de fundadores da Associação Só Para as Artes (SOPA) e do grupo de teatro Lume de Chão, onde participou como ator e encenador. Exerceu como dirigente na Casa da Cultura de Estremoz e cooperou com a associação Fica.

Profissionalmente, trabalhou como jornalista, designer gráfico, paginador e publicitário. Hoje dedica-se exclusivamente à escrita e colagem gráfica.

Assinou as exposições “Janelas” (1996), “Photoshot” (2004), “Object Subject - Living in a Cornell Box” (2006) e “Luz de Presença” (2007), e tem atualmente três outros projectos em preparação.

Ganhou prémios literários com os contos “À espera de nunca encontrar” (1996) e "Homem ao Mar" (1998), e publicou dois livros, "Histórias de Vida Atropelada" (contos, 1997) e "Nocturnos" (poesia, 2003).

Em 1999 venceu o concurso nacional de guionistas Produções Off/Sic, com a curta-metragem "Carta Para Dona Nenhuma". Co-criou o fanzine de banda desenhada Nuxcuro (1989-1991) e, como argumentista de BD, tem publicadas as histórias: “O Re-Tornado e As trompas de Falópio”, revista Shock, 2015; “De corpo e alma”, fanzine Eros, 2017; e “Fora de Tempo”, coletânea Humanos, 2018.

Trabalhou como letrista de canções com os grupos "Ach'Q'Aliás", "Clássicos" e "Salvé Maravilha".

Em 2019 iniciou-se no universo da Poetry Slam, com diversas presenças em salas lisboetas.

Escriba prolífico e com inúmeros projetos em carteira, entre os quais um romance atualmente em construção, procura editor para amizade e algo mais.


VÍDEO III, RIBEIRA | 20 DE SETEMBRO (VER FILME)
  • André Campos
  • Diogo Melo

Artista: André de Campos (Bailarino, Performer)

Música: Diogo Melo

Texto: (excertos) Al Berto

Sinopse: A ribeira e as suas texturas de barcos, redes e boias, o corpo dos pescadores vergado nas lides do trabalho, o voo das gaivotas e o reflexo das águas, serão o cenário para o trabalho do bailarino. A longitude do horizonte e a dureza áspera e sábia dos homens que o enfrentam. Nesta criação pretende-se invocar o espírito do elemento que mais caracteriza a cultura e a alma da cidade: o mar. O compositor Diogo Melo dará a atmosfera sonora ao corpo do bailarino.

ANDRÉ DE CAMPOS

André de Campos (n.1985). Licenciando em História de Arte pela UAL e licenciado pela Escola Superior de Dança de Lisboa em Dança. Performer na Companhia Olga Roriz desde 2015. O seu percurso fez-se pela Amalgama Companhia de Dança, Companhia de Dança de Almada, Companhia de Dança Contemporânea de Évora, North Dance company. Em complemento ao seu trabalho de Performer é desenhador e cenógrafo em "MUSCULUS" e “NEON 80”, de Beatriz Dias. Trabalhou em conjunto com Bon Bon, em “paralyzing consciousness” (subjectiv/objectiv mindscape) | video instalation, Catarina Lee, em “venerália” (video arte), e Filipe Pinheiro, em “zigote” (multimedia video). Paralelamente tem vindo a desenvolver trabalho enquanto criador, onde se destaca o solo “Casa de Campo”, apresentado no VII Festival Internacional de Solos de Dança Contemporânea, "Cellar", estreado em Wittenberg, Alemanha, e as mais recentes performances "UNDERDOG" e “MACHINE GOD”.

DIOGO MELO

Diogo Melo (Lisboa, 1984) é artista sonoro, engenheiro eletrotécnico e de som. Reside e trabalha em Lisboa. Frequentou a Licenciatura e Mestrado em Engenharia Electrónica e de Telecomunicações no ISEL em Lisboa e a Pós-Graduação em Arte Sonora pela FBAUL em Lisboa. Desenvolve o seu trabalho cruzando elementos como o som e tecnologia. Colaborou com artistas como Sónia Baptista, Miguel Bonneville e Ana Guedes como director técnico, sound designer/músico e designer de eletrónica interativa.


VÍDEO IV, URBANO | 27 DE SETEMBRO (VER FILME)
  • Beatriz Dias
  • Tiago Inuit_músico

Artista: Beatriz Dias

Música: Tiago Inuit

Texto: Mariana Machado + população

Sinopse: Uma bailarina percorre as ruas da cidade. Bairros, centro histórico, transeuntes, os contrastes entre a história e a modernidade, a ruína e a construção contemporânea. Esta criação procura mostrar a vida urbana, os seus contrastes e paisagem humana, em toda a sua diversidade e multiculturalidade. Alguém que deriva em busca da sua própria identidade e lugar. Entre o movimento e estaticidade, um corpo presente e ausente, numa deambulação pela cidade real, na procura de uma cidade imaginada. O músico Tiago Inuit cria as atmosferas.

BEATRIZ DIAS

Licenciada pela Escola Superior de Dança, é bailarina da Companhia Olga Roriz desde 2016 e intérprete co-criadora na Wbmontion KulturVerein (Alemanha) desde 2014. Como intérprete integrou peças de Miguel Moreira, André de Campos, Tamara Cubas, Albano Jerónimo e Maurícia Barreira Neves. “Musculus” é a sua primeira criação a solo, realizada no âmbito do Festival Interferências, apoio à criação e residência artística da Companhia Olga Roriz.

TIAGO INUIT

Licenciatura em Música da Universidade Concordia, Montreal, Canadá, 2000. Escola de Jazz Luis Vilas Boas – Hot Clube Portugal, 94/97. Produtor, compositor e músico em diversos projetos internacionais de música, cinema, vídeo, teatro e performance. Trabalhou para a Gala Films, na música da série documental sobre o “Cirque du Soleil – Fire Within”, Montreal, Canada. Colabora com o Teatro do Mar, como criador de bandas sonoras, desde 2010.